domingo, 29 de março de 2009

Virtual, Real ou Surreal? A Física do Second Life

O artigo de Renato P. dos Santos retoma a postura de Papert ao propor a criação de micromundos da física onde seriam ensinados de forma piagetiana as leis de movimento de Newton. Após abordar as diferenças entre as leis físicas do Secund Life e de Newton, o autor concluí que as leis do SL não são nem uma virtualização da física do ‘mundo real’ nem da ‘ideal’ Galileana/Newtoniana, mas sim uma física ‘surreal’, que se aproxima da Física quântica e relativista do século XX.

Segundo Renato P. Santos, apesar da física do SL ser uma Física ‘surreal’, que não corresponde a nenhum dos dois mundos ‘real’ ou ‘ideal’, ainda assim é um ambiente rico para discussão da realidade/irrealidade das leis físicas ensinadas na escola.


Link: http://www.cinted.ufrgs.br/renote/dez2008/artigos/1b_renato.pdf


Por: Fábio Veiga.

3 comentários:

  1. Belo achado, nunca imaginei que alguém se debruçaria a estudar algo do gênero...

    A física tem se tornado cada vez melhor nos jogos, inclusive a próxima aposta para a evolução das placas de vídeo são os chips dedicados a controlador a física...

    ResponderExcluir
  2. Bem interessante o tema abordado...

    Nunca tive contato com o Second Life, mas pelo texto me pareceu que a física do SL ainda está bem aquém da newtoniana, sendo que suas diferenças em relação a esta se devem, por um lado, a uma economia de processamento, que, afinal, não é infinito, e por outro ao que o autor chama de 'surreal', à criação de um mundo que não se assemelhe necessariamente ao 'real'.
    A aproximação com a física quântica e relativista me pareceu, honestamente, um exagero. Também não sei se 'surreal' seria o termo adequado...

    O que a modelagem computacional da física traz de interessante é, certamente, uma 'relativização' da própria física, de modo a se poder criar o mundo físico de Aristóteles, Newton, ou mesmo Einstein, para fins didáticos, críticos ou outros quaisquer.

    Lembrando dos conceitos filosóficos que Lévy apresenta em 'O que é o Virtual?' (virtual/atual, possível/real), eu diria que a física do SL é a virtualização de um 'mundo possível', guardando substanciais semelhanças com os mundos 'ideal/teórico' e 'real', mas certamente não se atendo a estes. Talvez 'hiper-real' seja um termo interessante.

    Por André Mattos.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado pelos comentários ao meu trabalho, André, Elfo e Fábio.
    Numa versão revisada desse trabalho (http://bit.ly/diA828), defini melhor essa ideia: a física do do Havok e do SL é hiper-real, no sentido de Eco, "melhor do que o real", porque foi construída de forma a propiciar jogos mais emocionantes do que a física newtoniana ou que a do 'mudo real'. No entanto, justamente por haver a possibilidade de scripting (programação) do comportamento dos objetos, podem-se construir simulações ou micromundos surreais, no sentido em que transcendam a visão limitada, racionalística e positivista da Física clássica.

    ResponderExcluir