quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ascensão no capitalismo e integração com as novas tecnologias


Estava navegando na internet em busca de vídeos de artistas que admiro e logo me deparei com um caso que me chamou atenção e me lembrou outros casos. Desde que tenho utilizado a internet em busca de conteúdo digital de áudio e vídeo poucas foram as vezes que pude encontrar conteúdo de qualidade liberado por artistas de vasta fama comercial mundo afora. O mais comum até então têm sido para mim ou o artista free rider, que constata o fenômeno da internet e as mudanças do mercado de mídia mas nada faz contra a utilização de seus direitos nem busca integrar-se a esse novo mercado, ou o artista legalista que tenta de todas as maneiras barrar a proliferação de seu conteúdo de maneira livre pela internet, a exemplo do Metallica que havia processado o Napster nos primórdios da mp3 ou do Red Hot Chili Peppers, que retirou o áudio de suas canções de estúdio do You Tube.
Recordo-me de quando baixei legal e gratuitamente o último album do Radiohead em seu próprio site oficial. Neste caso eles haviam disponibilizado o download de seu disco permitindo que cada um pagasse o quanto achava que ele valeria, inclusive 0£. Não houve maiores problemas com arrecadação, primeiro porque foram eliminados diversos custos logísticos estando o album online e segundo porque eles tem a sorte de ter um público educado que de fato pagou o quanto achou que poderia (o que não me parece muito comum entre o público brasileiro que normalmente prefere tirar o máximo de vantagem possível). Um outro artista que aparentemente soube se utilizar bem da internet foi o ex-cantor e guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour. Ele possui um canal oficial de vídeos no You Tube e outro no Facebook (se é que não há outros que ainda não vi) que permite disponibilizar mídia digital massiva de melhor qualidade aos fãs. Para não falarmos só de artistas ingleses, podemos também pensar no brasileiro Gilberto Gil, que pretende disponibilizar toda a sua música gratuita e legalmente na rede.
É uma resignação bastante interessante esta, pois se os artistas não agissem desta maneira, conteúdos semelhantes não deixariam de estar circulando massiçamente pelas vielas da internet, mas não haveria um controle maior da qualidade dos arquivos, o que passa a ocorrer quando um artista participa ativamente da sua distribuição. Temos também o caso do Obama que na sua campanha presidencial foi bastante notado por utilizar tecnologias como mensagens de celular, Twitter e Facebook. Está muito claro que a rede é um instrumento bastante ambíguo e só dependendo de seus pressupostos se poderá crer que a internet trás ou não benefícios. Percebo por esses 3 casos que a internet se bem usada pode promover muitos mais a imagem do artista do que trazer prejuízos. Enfim, até que ponto a maioria dos artistas consagrados continuará insistindo em negar as possibilidades da rede como tentativa de se apegar aos moldes arcaicos da mass-media legalista e sua logística? Certamente a vontade de negar as possibilidades da rede advém do fato de que muitos, presos a um velho paradigma, não tem condições de enxergar o infinito que é a internet. Afinal a mesma pessoa que produz os discos é aquela quem diz o que é pirata ou não....

Por: Victor Martins (victormnmartins@gmail.com)

12 comentários:

  1. Compartilho do seu incômodo, ainda aguardo algum artista de massa resolver hastear alguma bandeira em relação a mudanças a respeito da lei de direitos autorais.

    O problema é a grana envolvida. Vamos pensar em uma nova banda, a "X". Enquanto estão na garagem, querendo divulgação e público, utilizam de todas as maneiras possíveis de divulgação na rede. Quando começam a fazer sucesso, recebem uma proposta de uma gravadora. Dentre as exigências, não podem mais disponibilizar suas músicas de graça, mas em troca recebem apoio, promoção, gravação, participação em rádios e programas... O que vc acha que a X vai fazer? Acaba aceitando, ainda que possa querer que divulguem e distribuam sua música ao máximo (e até mesmo podem secretamente disponibilizar).

    Acho que só uma banda realmente muito grande e com muito poder pode pensar em romper com gravadoras, mas pra que o incomodo? Afinal, a gravadora dá dinheiro.

    Resumidamente é isso... Artista acaba só defendendo a "pirataria" (enfase nos aspas) até chegar uma som livre e oferecer um contrato apetitoso. Depois ou defende os direitos ou aceita quieto que alguem lute por eles

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  2. gosto dessa fase em q as gravadoras tem q repensar como lucrarão.gosto tb de pensar q a pirataria come uma fatia do bolo de milhoes que vao para "artistas".
    musica descartavel merece ser pirateada.musica boa e cara merece ser democratizada.
    os "artistas" das massas lucram com publicidade e shows e merchan.tá bom, nao?

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  3. não existe "música boa e cara", como não existe música descartável.

    Música é música

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  4. nao: kirica na buçanha eh descartavel.
    a nona de beethoven nao!
    musica eh musica, logico! mas ha musicas descartaveis(hj tem festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bundalelê) e ha musicas q sao patrimonios culturais, atemporais, sublimes, transcendentais.
    mozart eh um deus da musica. o latino eh lixo, nao sei se biodegradavel....depende se vc comprou ou nao o cd...

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  5. hummm... naaaah... música é música, mesmo.

    Mozart é lixo em comunidades da África.

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  6. e na africa, meu caro, eles lutam por comida! nao ha espaço para arte.mas, se ainda assim eles considerarem mozart um lixo, merecem morrer mesmo.
    mas imagine a sarajane na africa.....

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  7. vc conhce algum africano ou akguma comunidade lá daquelas bandas? ouvi dizer que eles gostam mesmo ´de new age! q coisa louca, nao?

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  8. a arte é inerente ao homem. Ou nos seus supostos 20 anos de experiência você nunca ouviu falar sobre isso?

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  9. então vc se contradiz: se eh inerente, como os africanos nao a percebem?
    admita:a cultura pop eh descartavel!!!!
    a arte nao eh inerente ao ser humano, a capacidade de aprendizado e a vocação para determinada atividade sim.vc, como eu, mora na bahia, nao percebe que ha um sem numero de criaturas q sao alheias a arte?ou desse aí seu pacotão,chao, chao, chao, pra vc, eh arte?
    o que eh inerente ao homem eh apenas parecer um Homem, quando em essencia, eh uma anta.

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  10. me responda sim ou não: o créu eh descartavel?

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  11. hummm... não, o que você falou não tem o menor sentido

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