quarta-feira, 6 de maio de 2009

A Tactualidade da Cibercultura e o Devir Vírus


Meu post de hoje será duplo. Na primeira parte escreverei uma breve reflexão sobre uma, digamos, tactualidade da cibercultura e na 2ª trago a indicação de um artigo da Neuza Guareschi, da PUCRS.

I

Me peguei outro dia a pensar sobre a noção do que é real na internet. De fato é uma questão bastante complexa e que envolve uma multiplicidade de dimensões e temporalidades, existe cada vez mais um decalque próximo do desenrolar off-line ao mesmo tempo que novas ramificações para um mundo virtual cada vez mais interconectado. Nada disso é novidade e a partir daí temos espaço para muitas discussões, mas tirando do foco principal esse cosmos real para dentro dele selecionar um pequeno aspecto prosseguirei. Estava pensando sobre analogias possíveis entre as ressonâncias do conteúdo subjetivo das mídias informatizadas. A nível dos pelo menos cinco sentidos sensoriais que possuímos percebo que tudo está muito ligado, não somente a partir da cibercultura, mas no desenvolvimento histórico das mídias primeiramente ao visual. Logicamente isso vêm se modificando desde a imprensa à internet. Mas penso, por exemplo, em quanto a sexualização dos jovens da cibercultura (de maneira diferente mas análoga à geração TV)  será marcada por uma noção extremamente visual e sonora do sexo, principalmente no caso masculino. Os primeiros contatos com o mundo do sexo com esta nova geração estão cada vez mais facilitados a priori, serão muito mais diversos que o clássico papai-mamãe e ao mesmo tempo na internet se incentiva a questão gráfica e, em segundo lugar, a questão sonora. Ao mesmo tempo, a nivel de cultura sexual, a internet também possui certa repercussão quanto à emergência dos anônimos. Cada vez mais estão disponíveis em todos os lugares pessoas de todo o planeta fazendo sexo de diversas maneiras. Depois da câmera digital toda cópula pode, potencialmente, não passar impune. E certamente a cibercultura do sexo seguirá influenciando sistemas límbicos mundo afora.

II

Trago agora um artigo muito interessante da experiência do devir vírus no mundo contemporâneo. Ele, como disse, foi escrito pela Neuza Guareschi da PUCRS, e tem embasamento teórico principalmente na linha da esquizoanálise. Segue o Résumé e o link:

Este trabalho parte dos encontros no Programa de Educação a Distância (EAD) da PUCRS Virtual. Objetivamos problematizar como a perspectiva de espaço-tempo, tensionada pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação reverbera na produção da subjetividade através da prática educativa em EAD. Traçamos as amarras produzidas por modulação, atualizado na avaliação e formação permanente, constituição de uma subjetividade programada. Perguntamo-nos pelas linhas que afetam as estruturas em formação. É a tecnologia que traz em si as problematizações: vírus nos computadores. Em um devir vírus invadimos os modos de ser, corrompendo as programações. Um vírus não pede licença, afi rma sua existência.

Palavras-chave: Educação à Distância. Devir Vírus. Produção da Subjetividade.


Por: Victor Martins (victormnmartins@gmail.com)

6 comentários:

  1. Rapz... a galera qeu discute pos modernidade fala muito sobre exarcebação do sentidos visuais e auditivos na atualidade...

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  2. em meu grupo de amigos, era costumeiro que, ao fazer 18 anos, ele recebesse uma playboy de aniversário. Era sempre a mesma playboy passada adiante, para o próximo que completasse 18 anos.

    Até o dia que uma pessoa que recebeu (ano passado) disse "pra que? Já vi essas fotos todas na internet..."

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  3. Tem uma questão extra nisso... Quando eu era adolescente, mal tinha acesso a playboys e revistas do gênero. Isso é pornografia 'softcore'. Existiam umas revistas 'suecas' de pornografia mais pesada, mas eram de muito difícil acesso (mas sempre algum amigo conseguia e passava adiante). Ainda assim, era apenas sexo explícito.


    Hoje qualquer adolescente procurando pornografia na internet irá, mais cedo ou mais tarde, se deparar com zoofilia, pedofilia, BDSM, fetiches e toda a infinidade de "perversões" sexuais.

    Será que isso a longo prazo aumenta o número de pervertidos? =)

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  4. Lembro de ter visto um pequeno comentário na Superinteressante sobre um hardware de sexo.
    O dispositivo ficava no lugar do drive de CD/DVD e era vendido aos pares, um pênis e uma vagina (como manda os bons costumes) que se conectavam via internet. =D

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  5. Eu vi isso... Era mto tosco e engraçado... Supostamente a graça era q o aparelho seguia os movimentos, ou seja, se o cara de um lado faz rapido, do outro a mulher recebe rápido, se é que me entendem...

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