quinta-feira, 16 de abril de 2009

Peneira, buscadores e subjetividade de Desejos.



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Semana passada foi notícia no Imasters (portal de notícias e novidades sobre TI) a mais nova invenção de ferramenta do Google.com, para tornar as buscas cada vez mais segregadas e de acordo com a soberana vontade do sujeito internauta. Trata-se da possibilidade de segregar as referências não apenas através de palavras-chave, mas sim, dando a possibilidade de o indivíduo também escolher uma cor chave para a pesquisa. A ferramenta está sendo disponibilizada apenas no site do Google.com (EUA), numa espécie de fase Beta e aplica-se no buscador de imagens do site. 

                         

É o seguinte:


Quando você abre o Google, vai até imagens, digita um nome e aperta em buscar, tudo quanto é imagem que tem como referência aquela palavra digitada aparece, né?

Só que, em meio a um sem fim de resultados, você ainda tem que peneirar muito para achar o que deseja.

Agora é diferente: você digita o nome para a pesquisa, aperta em ‘Search Images’, e quando os resultados estiverem disponíveis, logo abaixo da palavra referência da busca vê-se uma barrinha azul e um quadradozinho com quatro cores e a expressão ‘All Colors’. É aí que clicamos e o site nos dará doze matizes diferentes para que possamos segregar os resultados de acordo com o matiz que escolhermos (a figura do post mostra um exemplo).


Fiz alguns testes. Digitei o nome Vitória, sem a discriminação de cores, e apenas três resultados na primeira página faziam referência ao time Vitória-Ba, afinal, Vitória é um substantivo qualquer. Quando segreguei a pesquisa, associando o nome à cor vermelha, simplesmente, quase todos os resultados da primeira página estiveram dizendo algo sobre o time Vitória e, quando não, aparecia algum resultado referente a scuderia Ferrari (na qual a cor predominante é vermelha e não raro está associada à êxito na F1).


Sem dúvida, é uma inovação qualitativa valiosa e que abre espaço para possibilidades outras de ferramentas de busca, que não se refiram apenas ao Denotativo da coisa, mas sim, cada vez mais levando em consideração o nó entre a semiótica e as palavras, as coisas.


Um devaneio:


Imagino o Google lançando uma poderosa ferramenta para se buscar áudio na internet baseada na comparação de sons. Você pegaria seu microfonezinho, ia até gravar, cantava um trecho de uma canção qualquer com sua voz desafinada e o google referenciava a melodia cantada por você a vídeos ou Mp3 (ou o que for que contenha áudio) que tivessem um trecho semelhante, e seu download estaria, assim, facilitado. Mas aí, com certeza, entram questões de direitos autorais que estão à milhas de distância de serem resolvidas.


Em fim...


As possibilidades são tão vastas que se pararmos dois minutos pra pensar, encontraremos em nossas aspirações uma possibilidade de evolução das ferramentas de busca, que, certamente já foram pensadas pelos arquitetos e engenheiros da informação na Web e que, vejo eu, poderia se caracterizar como a produção de uma Web 3.0, ou seja: o rompimento da barreira do denotativo, em prol da satisfação não apenas da demanda por interatividade, mas sim, da realização conotativa dos desejos mais esquisitos que um internauta possa ter quando em frente a um computador, seguindo a vazão do princípio do prazer, da necessidade imediata por satisfação.


[Para provar a ferramenta, basta abrir o Google Brasil e, na página inicial, apertar em Google.com in English].

 

Luis Alberto.

6 comentários:

  1. Realmente essa foi uma informação preciosa... valeu!

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  2. essa ferramenta de buscar pelo áudio existe, embora eu acho que tenha caído em desuso.

    Mas não pelo Google, pela Oi. Você gravava um som com seu celular e enviava para a Oi e eles te retornavam em até 1h dizendo que música era aquela...

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  3. mas aí é um uso comercial, alexandre.. deve ter caído em desuso por nao ser um uso livre. se fosse e funcionasse d fato com ctz o pessoal iria usar!

    Realmente essa foi uma informação preciosa... valeu! (2)

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  4. funcionar, funcionava. Mas era salgado...

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  5. Quanto mais filtros, melhor... Mesmo os que só serão usados uma vez na vida =)

    Fico muito frustrado quando procuro alguma coisa e não existe possibilidade de filtrar pelo que eu quero. Mas confesso que cor nunca tinha me passado pela cabeça

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  6. Muito boa essa ferramenta!
    Acho que a frustração de não encontrar imediatamente a imagem caçada no google é de todos. Ponto para Tio G.

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